O Cálculo da Riqueza

Hoje nem ligamos para o fato de que a economia pode ser mensurada e suas expansões e contrações, quantificadas com precisão. Mas nem sempre foi assim. A ideia de medir a economia remonta aos anos 1670 e à obra pioneira do cientista inglês William Petty. Sua descoberta foi aplicar os novos métodos empíricos das ciências às questões financeiras e políticas - usar dados reais, sem depender do raciocínio lógico. Ele resolveu se expressar somente "em números, peso ou medida". Esse enfoque ajudou a formar a base da disciplina que se chamaria economia.
Em seu livro Political Arithmetick, de 1690, Petty usou dados reais para mostrar que, ao contrário da crença popular, a Inglaterra estava mais rica do que nunca. Uma de suas decisões inovadoras foi incluir o valor do trabalho, bem como da terra e do capital. Embora os números de Petty sejam polêmicos, não há dúvida quanto à eficácia de sua ideia básica. Seus cálculos incluíram o tamanho da população, despesas pessoais, salários individuais, valor dos aluguéis e outros. Ele então multiplicou esses números para obter o total da riqueza da nação, criando contas para qualquer país.
Métodos semelhantes foram criados na França por Pierre de Boisguilbert e Sébastien le Prestre. Na Inglaterra, Gregory King analisou a economia e a população da Inglaterra, da Holanda e da França. Calculou que esses países não tinha recursos para continuar a guerra em que estavam envolvidos - a Guerra dos Nove Anos - além de 1698. Seus cálculos pareciam corretos, uma vez que a guerra acabou em 1697.

A estatística passou a fazer parte do coração da economia. Hoje os economistas costumam medir o produto interno bruto (PIB) - valor total dos bens e serviços trocados por dinheiro num país em determinado período (em geral um ano). Contudo, ainda não existe um cálculo definitivo das contas nacionais, embora se tenha tentado padronizar os métodos.
Os economistas já começaram a ampliar a mensuração da prosperidade, Formularam novas unidades de medida, como o indicador genuíno de progresso (IGP), que conta com ajustes da distribuição de renda, criminalidade, poluição, e o índice do planeta feliz (IPF), que mede o bem-estar humano e o impacto ambiental.
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