A Função da Moeda

Em vários lugares do mundo, caminha-se cada vez mais para uma sociedade sem dinheiro vivo, em que os bens são comprados com cartões de crédito, transferências eletrônicas e por celulares. Mas dispensar o dinheiro não significa que ele não seja usado. O dinheiro continua no centro de todas as operações.
Os efeitos desagradáveis do dinheiro são bem conhecidos, pois ele incita desde a avareza até o crime e a guerra. O dinheiro é usado como homenagem, em rituais religiosos e como enfeite. O "dinheiro sujo" paga assassinatos; noivas são compradas ou dadas com dotes para enriquecer o marido. Dinheiro dá status e poder a indivíduos, famílias e nações.


Sem dinheiro só era possível o escambo. Em certa medida nós fazemos escambo ao retribuir favores. Pode-se consertar a porta quebrada do vizinho em troca de algumas horas de babá, por exemplo. Porém, é difícil imaginar essas trocas pessoais em escala maior. O que aconteceria se você quisesse um pão e só tivesse o seu carro novo para trocar? O escambo depende da coincidência de desejos, quando não só o outro tem o que eu quero, mas também eu tenho o que ele quer.
O dinheiro resolve todos esses problemas. Não é preciso achar alguém que queira o que você tem para trocar - você apenas paga seus bens com dinheiro. O vendedor pode então embolsar o dinheiro e comprar de outra pessoa. O dinheiro é transferível e adiável - o vendedor pode guardá-lo e comprar na hora certa. Muitos afirmam que as civilizações complexas nunca teriam surgido sem a facilidade de troca que o dinheiro permite. O dinheiro dá também um padrão para decidir o valor das coisas. Se todos os bens têm valor monetário, podemos conhecer e comparar todos os custos.

Existem dois tipos de moeda: mercadoria e fiduciária. A moeda-mercadoria tem um valor intrínseco, além do especificado - por exemplo, quando se usam moedas de ouro como dinheiro corrente. A moeda fiduciária, usada primeiro na China, no século X, é um símbolo da permuta, sem valor que não o que o governo lhe atribui. Uma cédula é moeda fiduciária.
Muitos papéis-moeda eram de início "promessa de pagamento" com lastro em reserva de ouro. Em tese, os dólares emitidos pelo Federal Reserve dos EUA podiam ser trocados por seu valor em ouro.
Desde 1971, o valor do dólar deixou de ser conversível em ouro e é fixado inteiramente segundo o desejo do Tesouro do país, sem relação com suas reservas de ouro. Essas moedas fiduciárias dependem da confiança das pessoas na estabilidade econômica do país, nem sempre garantida.
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