Crescimento e Retração

Ciclos econômicos são a alternância entre um forte crescimento econômico, um período de expansão, e um período de retração ou estagnação econômica. Costumam ser chamados de ciclos de crescimento e retração. O historiador suíço Jean-Charles Sismondi foi quem identificou primeiro a ocorrência de crises econômicas periódicas, mas foi outro economista, o francês Charles Dunoyer (1786-1862), que revelou depois sua forma cíclica.Sismondi contestou a ortodoxia do "o mercado sabe mais" de Adam Smith, Jean-Baptiste Say e David Ricardo.
Eles achavam que, se o mercado ficasse à própria sorte, rápida e facilmente se atingiria o equilíbrio econômico, gerando pleno emprego. Sismondi dizia que se chegaria a uma espécie de equilíbrio, mas só após uma "quantidade terrível de sofrimento".
Antes de Sismondi publicar Novos princípios de economia política, em 1819, os economistas menosprezavam as altas e as baixas econômicas no curto prazo ou as atribuíam a fenômenos externos, como a guerra. Sismondi mostrou que os movimentos econômicos de curto prazo devem-se a resultados naturais das forças de mercado - superprodução e subconsumo -, causadas por desigualdades durante os tempos de alta.
Arranha-céus são construídos em época de otimismo excessivo,
 sinal indubitável de que a economia está superaquecida.
Se a economia cresce e as empresas vão bem, os trabalhadores podem pedir aumento de salário e comprar mais produtos que produzem. Isso alimenta o crescimento econômico. À medida que mais produtos são vendidos, a economia se  expande, contratando mais trabalhadores para produzir mais bens. Os novos trabalhadores então têm dinheiro para comprá-los, e a alta continua.
A concorrência leva todas as empresas a aumentar a produção, até que a oferta enfim ultrapasse a procura, declarou Sismondi. Isso faz as empresas baixar os preços para atrair clientela, originando lucros menores, salários menores e demissões na força de trabalho - em outras palavras, uma queda econômica seguida de recessão. As empresas começam a se recuperar quando os preços estão baixos a ponto de estimular a procura, e a concessão de crédito aumenta, iniciando o ciclo mais uma vez.
Uma das primeiras crises que confirmaram esse ciclo foi a do Pânico de 1825. Tratou-se de uma bem documentada quebra no mercada de ações, provocada apenas por fatores econômicos internos: investimentos especulativos em Poyais, país fictício criado por um criminoso para atrair investimentos - e as repercussão foi sentida em mercados de todo o mundo.
Sismondi criticou o enfoque de laissez-faire de Adam Smith e disse que era necessário o governo regulamentar o avanço da riqueza e evitar as crises periódicas.
A descoberta desses ciclos permitiu aos economistas analisar a economia sob outro olhar e criar estratégias, a fim de evitar quebras e recessões. Keynes usou a obra de Sismondi e Dunoyer para elaborar teorias próprias, que viriam a constituir uma das abordagens econômicas dominantes no mundo no século XX.
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