O paradoxo do Valor

Em 1769, Anne-Robert-Jacques Turgot observou que, apesar de necessária, a água não é tida como algo precioso num país com muita água. Sete anos depois, Adam Smith levou adiante essa ideia, notando que, embora nada seja mais útil que a água, quase nada pode ser trocado por ela.
Ainda que um diamante tenha um valor bem pequeno quanto ao uso, "uma quantidade muito grande de outros bens costuma ser trocada por ele". Em outras palavras, existe uma contradição aparente entre os preços de certos produtos e sua importância para as pessoas.
Pode-se explicar esse paradoxo com um conceito chamado de utilidade marginal: a quantidade de prazer ganho com a última unidade do produto consumida. Em 1889, o economista austríaco Eugen von Böhm-Bawek explicou-o com o exemplo de um agricultor com cinco sacos de trigo. O uso que o lavrador faz do trigo vai de importante - alimentar-se - a trivial - alimentar pássaros. Se ele perde um saco de trigo, deixará de alimentar os pássaros. Mesmo que o agricultor precise do trigo para se alimentar, ele se disporá a pagar pouco pelo saco de trigo, porque este gera só um pouco de satisfação (alimentar pássaros).
A água é abundante, mas os diamantes são raros. Um diamante a mais tem grande utilidade marginal e impõe um preço mais alto que um como a mais de água.
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